O Autismo é um dos transtornos mais recorrentes hoje em dia. No Brasil, são diagnosticados 150 mil casos por ano. Isso ocorre pois as pessoas estão mais informadas sobre o assunto e, assim, buscando um diagnóstico preciso com um especialista.

Infelizmente, cerca de 85% dos Autistas tem dificuldades de ingressar no mercado de trabalho, principalmente por não encontrarem vagas compatíveis com suas formações. Além disso, o empregador não sabe o que esperar em termos de resultados e comportamentos. Porém, isso é um tabu que já foi quebrado a um bom tempo, principalmente por Autistas famosos como o Bill Gates (Fundador da Microsoft).

Por conta disso que surgiu um evento chamado Autismo Tech, que seria um hackathon. Mas antes de conhecer melhor esse projeto vamos conhecer o significado da palavra Hackathon.

Hackathon é um evento que reúne programadores, designers entre outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software em maratonas de trabalho, com o objetivo de criar soluções específicas para um ou vários desafios. Ou seja, uma forma de reunir pessoas com conhecimento e vontade de mudar o mundo para torna-lo um lugar melhor, para, assim, criar soluções para diversas áreas, não só voltados à TI, mas à sociedade em geral.

E o desafio do Hacka Autismo Tech é encontrar soluções para incluir os autistas no mercado de trabalho.

Os times desse hacka serão multidisciplinares, ou seja, queremos os mais variados perfis de pessoas. Dentre elas:

Autistas;
Designers;
Pessoas programadoras;
Profissionais da Saúde;
Pessoas de negócios/inovação;

Hackathon – Autismo Tech
Hackathon – Autismo Techautismotech.com

Conversamos com o Marcelo Lau que é um dos mentores do evento para obter mais detalhes sobre o Hackathon. Veja o que ele nos falou:

Marcelo Lau

Este é um evento que envolve tecnologia, inovação, visando identificar soluções aos autistas, sendo que fazendo parte da FIAP (como professor, orientador e aqui como mentor), acredito que a sociedade tem muito o que trazer de ideias boas sobre o tema.

Ao meu ver, a ideia do evento é auxiliar o público que sofre do Transtorno do Espectro do Autismo, e apesar de não ser o organizador do evento e estar como apenas um dos participantes como mentor, identifico que esta hackathon visa trazer boas ideias aos mais diversos públicos, onde um dos desafios é a inclusão deste público ao mercado de trabalho.

Especificamente em atividades relacionadas à segurança da informação ou mesmo cibersegurança, devemos considerar que há profissionais com distintos perfis, sendo alguns atuantes em processos, normas, boas práticas e outros mais alinhados às necessidades tecnológicas.

Certas atividades que exigem concentração e enfoque do profissional, sendo que aspectos de comunicação são secundários, podem se tornar uma barreira menor dependendo da capacidade do profissional em manter o foco e objetivos ao que precisa ser produzido pelo mesmo.

Não podemos deixar de mencionar que o mercado de trabalho em sua maior parte ainda trata o tema de forma excludente os PcD (pessoa com deficiência), independente de sua natureza em função da falta de informações acerca do assunto, devendo ainda conhecer as distintas realidades e necessidades de forma individualizada.

Ao caso de pessoas com TEA nível 3, denominado como grave, este se torna um desafio à identificação de soluções e tecnologias capazes em trazer ao indivíduo a devida necessidade de inserção social. Acredito que incluir este público no mercado de trabalho de forma segura e responsável, exige muito mais do que a adoção de soluções, mas o preparo para que todos os envolvidos neste tema de fato compreendam bem detalhes e nuances relacionadas às necessidades de comunicação que serão certamente parte das soluções apresentadas no Autismo Tech.

Apesar do desafio quanto ao mercado de trabalho, devemos mencionar que há iniciativas que visam a inclusão de autistas no mercado de trabalho (sugiro a leitura do material disponível em: https://autismoerealidade.org.br/2020/01/09/a-inclusao-de-autistas-no-mercado-de-trabalho/).

“Complemento que fui chamado por Guilherme Estevão (Gerente de Relações Corporativas da FIAP)”

Conclusão

O Autismo ainda é um problema social. Infelizmente, muitas empresas tem um certo preconceito em inserir autistas no seu ambiente de trabalho. Porém, garantimos que um Autista pode ou é um bom profissional quanto qualquer outro por ai, as vezes se torna o melhor no que faz. E temos diversos exemplos no mercado, principalmente o mercado de segurança da informação.

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