Muitas empresas usam a justificativa de anonimização dos dados para coletar informações, um caso recente que podemos citar foi a parceria entre o governo do Estado de São Paulo com as operadoras de telefonia para monitorar se as pessoas estavam saindo de casa.

Nesse caso, para justificar a prática e dizer que não haveria invasão a privacidade, as empresas disseram que não seria possível acessar os dados reais das pessoas, pois os dados seriam totalmente anonimzados, para um leigo, isso pode soar reconfortante não é o mesmo ?!

Entretanto, o método utilizado pela maioria das empresas para fazer essa “anonimização torna fácil a identificação por parte de invasores, através de  algumas informações importantes que podem ser encontradas por trás de cada registro “anônimo”.

Veja, para realizar a anonimização, são retirados todos os elementos que podem identificar ou receber informações reais. O modo mais conhecido é aquele que retira a identificação pessoal de um banco de dados, por exemplo: nome, dados de nascimento, número de telefone, endereço residencial etc.

Nesses casos, a remoção dessas informações pode ser considerada suficiente para proteger sua privacidade, mas, quando você começa a agrupar diferentes tipos de dados ou informações, é possível começar a identificar pessoas, na maioria das vezes é necessário realizar uma avaliação de risco.

Na imagem abaixo temos um exemplo muito interessante de um caso de re-identificação de uma pessoa que constava de um prontuário médico “anônimo”:

Isto foi feito através do cruzamento de informações com uma notícia de um acidente de moto, ou seja, ao contrário do que muitas empresas dizem, não existe anonimização total, mesmo que alguns dados sejam retirados, ainda assim há possibilidades de se identificar o usuário final.

Infelizmente, muitas empresas possuem políticas de privacidade vagas ou difíceis de decifrar, tornando quase impossível  definir para as pessoas o que esta sendo coletado e com quem está sendo compartilhado.

Portanto, é extremamente importante que o usuário avalie bem uma empresa na qual compartilha seus dados, se há uma política de privacidade clara, se há alerta sobre riscos de compartilhamento, caso contrário, não forneça os dados.

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